Quando Tancredo Neves intimou Aécio a voltar à capital mineira para engajar-se em sua campanha para o governo de Minas, sua vocação ainda não havia se revelado. Aécio, como todo típico adolescente, frequentava as aulas da graduação de economia e gostava de fazer mochilão pelo Brasil.
Entre uma coisa e outra, Aécio Neves adaptou-se com o rigor de um general e a docilidade de um avô apaixonado. Aécio colocou seu avó em inúmeras situações desconcertantes e teve de aprender na marra, por exemplo, que em reuniões de trabalho ele não teria assento à mesa se não estivesse usando uma gravata. Certa vez, Tancredo fez um garçom do Palácio da Liberdade, sede do governo mineiro, ceder a peça a Aécio.
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E como todo bom pai, avó e professor, nem sempre tancredo passava “a mão na cabeça” do neto. Exemplo disso é que em uma ocasião, com o argumento de que Aécio precisava aprender a cumprir horários, Tancredo mandou o piloto de um avião fretado levantar voo sem o neto, apesar de este já estar a poucos metros da aeronave.
Com a eleição de Tancredo ao governo de Minas, em 1983, Aécio foi promovido a secretário particular do avô. Entre broncas homéricas e lições sutis, o aprendiz cumpria com destreza todas as missões. Tancredo pôs o neto na linha, mas não fez milagre. Vez por outra, para desespero do avô, Aécio aparecia num comício montado numa moto.
(Fonte: Revista Alfa)